“DENTRO DE VOCÊ, TEM UM LIVRO!” A paulistana R. B. Guerra é casada com um homem raro, bacharela em Ciências da Atividade Física pela USP e devora livros desde a infância, mas jamais havia pensado em escrever um até ouvir o brado acima em uma palestra no YouTube enquanto lavava louça. Até ali desatenta ao orador, quando ouviu aquilo, largou os pratos e disse num ímpeto: “Tem um livro dentro de mim!”. Logo riu de si, pois tem pavor de provas com redação e vem fugindo do mestrado. Se nunca havia escrito uma dissertação, que dirá um livro! O brado, porém, ficou ressoando e ganhando força até impulsioná-la à jornada para a qual, academicamente, não fora preparada.Há pouco, com este livro prestes a ganhar as prateleiras e a louça a ocupar o seu tempo, a mesma palestra invadiu a cozinha, e o orador disputava os seus ouvidos com o tilintar dos pratos. Ela não tinha reconhecido a tal palestra até ouvir o brado: “SERÁ QUE DENTRO DE VOCÊ NÃO TEM UM LIVRO...?!”
Pois é, naquele dia, a bendita desatenção engoliu o “SERÁ QUE” e o “NÃO”. Ainda bem. Se não fosse isso, talvez a louça terminasse sem que a aventura de desvendar o seu primeiro livro tivesse começado!